Para Platão,
a Beleza Absoluta é proveniente do Mundo das Ideias. Esse mundo Ideal, do qual
todas as almas contemplaram, constituía-se de Beleza, Verdade e Bondade. Não
mais habitantes desse mundo, a alma como parte de um corpo material (visto como
castigo), procura a Beleza Absoluta no mundo terrestre, caracterizado como um
mundo de ruínas e decadência.
Nesse mundo
(de ruínas), tudo que existe não passa de uma imagem, de uma imitação do objeto
verdadeiro, existente no Mundo das Ideias. O objetivo do ser humano, para Platão
é retornar ao mundo onde há perfeição em tudo, vivendo, portanto, sempre na
busca.
Esse
saudosismo do indivíduo em relação à Beleza Absoluta (parte da teoria platônica
da reminiscência) faz com que ele seja sempre atraído pela beleza, mesmo
terrena, em busca de novamente contemplar a Beleza Ideal. Para Platão, isso só
pode acontecer através do amor.
Em relação ao
amor, Platão tem a teoria da androginia que diz que todos os seres eram
andróginos, providos dos dois gêneros. Uma vez separados, cada alma procura
sempre pela sua metade, para unirem-se mais uma vez. Esse seria a ideia do amor
carnal, que seria um amor primitivo, no qual o indivíduo é atraído apenas pela
beleza do outro corpo. Esse amor, mais superficial é predisposto à ruína, já
que a beleza dos corpos se esvai, é decadente.
O estágio de
aperfeiçoamento desse amor é aquele no qual passa a contemplar a beleza da alma,
a sua moral e seus costumes e passa a vê-la como superior à beleza corpórea.
Nesse estágio de amor, arrebatador, o indivíduo tem o espírito sempre
fortificado e enriquecido, conhecedor do êxtase e da Beleza Absoluta, a única
verdadeira e boa. Nesse caso, o ser passa a enxergar, ou melhor, recordar de
tudo que é belo, verdadeiro e bom.
SUASSUNA, Ariano.Iniciação à Estética. 9.ed.Rio de Janeiro.José Olympio, 1972. 43p a 49p.
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